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Correio da Bahia

14 nov 2014

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As últimas décadas do século XIX no Brasil foram um período de intenso debate político em torno de questões ligadas ao abolicionismo, republicanismo, centralismo monárquico e federalismo. Esses debates ocorriam, sobretudo, na imprensa, e a proliferação de jornais, muitos dos quais de existência efêmera exemplifica um pouco esse quadro. A imprensa baiana não fugia à regra, de modo que as cisões partidárias em torno dessas questões também se refletiam nos seus principais jornais.

Representante do pensamento conservador dissidente na província, o Correio da Bahia foi fundado em 1871, tendo como redatores Inocêncio Marques de Araújo Góes Júnior e Eunapio Deiró. De 1872 a 1876, a direção coube a Aristides A. Milton e Artur Rios, além do mesmo Innocêncio. A partir de 1876 a direção ficou a cargo de Manoel Luiz de Azevedo. De publicação diária, o jornal pertencia à Associação Tipográfica da Bahia, que havia sido fundada em 20 de outubro de 1870. Seu administrador até 1873 era Guilermino Alvares da Costa Dorea, sucedido por Augusto de Oliveira Mendes até o último número.

Em suas páginas publicavam-se informes oficiais sobre os atos dos ministérios do Império brasileiro e da Presidência da província. A parte comercial informava as cotações oficiais de moedas estrangeiras e os rendimentos alfandegários. Havia também anúncios de serviços e produtos variados, desde meias para senhoras até brinquedos para meninos, ou serviços de dentista, advogados e até modistas e costureiras. Outra seção informava os horários dos trens da Estrada de Ferro da Bahia ao São Francisco e da Companhia Bahiana de Navegação a Vapor.

Publicado em edições de quatro páginas, a assinatura anual custava 12$000, a mensal 1$000 e a avulsa 80 rs. A Biblioteca Nacional possui 529 edições digitalizadas e disponíveis neste site.