O Noticiador Catholico
02 abr 2015Artigo arquivado em Hemeroteca
O Noticiador Catholico tinha um longo subtítulo: “Periódico consagrado aos interesses da Religião, sob os auspícios do Excelentíssimo e Revmo. Senhor D. Romualdo Antônio de Seixas, Arcebispo da Bahia”. Fundador do jornal, d. Romualdo Antônio de Seixas era na época arcebispo da Bahia e também havia recebido os títulos de Primaz do Brasil, conde e depois marquês de Santa Cruz.
Antonio Paim, estudioso do periódico, afirma em Escola eclética: estudos complementares à história das idéias filosóficas no Brasil que a circulação ocorreu “normalmente durante o arcebispo (sic) de D. Romualdo e [que], em todo esse período, dedicou particular atenção ao combate ao espiritualismo eclético”. Além disso, o autor também considera o religioso como o principal articulador do pensamento tradicionalista no país no século XIX.
André Silvério da Cruz, em estudo que utilizou, entre outras fontes, o jornal em questão, relata que d. Romualdo era natural do Pará, onde iniciou seus estudos, tendo completado-os na ordem do Oratório em Lisboa. Quando retornou ao Brasil foi professor de retórica e filosofia, e publicou, em seis volumes, suas Obras completas. “D. Romualdo – segundo Silvério da Cruz, em O pensamento católico à procura de lugar na Primeira República brasileira (p. 3) – foi o primeiro a combater a filosofia eclética de Victor Cousin, doutrina espiritualista que tinha aportado no país e que por aqui estava se afirmando com determinadas singularidades em relação ao seu lugar de origem, a França”.
Assim, segundo Silvério da Cruz, O Noticiador Catholico propôs-se a combater as idéias contrárias ao catolicismo e patrocinou em 1852 a edição de um compêndio de filosofia preparado pelo frei Itaparica. Esse manual foi adotado e utilizado nas escolas secundárias e superiores de ensino da Bahia, enquanto no Sudeste o Colégio Pedro II, escola criada para servir de modelo para o ensino secundário no Brasil, assim como outras escolas, tinha adotado, desde a reforma de 1856, o livro de Barbe, Cours élémentaire de philosophie, de influência espiritualista eclética.
O Noticiador Catholico era impresso na Tipografia de J.C. de Aguiar Daltro e depois mudou para a Tipografia de Epiphanio Pedroza. Seus redatores eram o padre Mariano de Santa Rosa de Lima, o médico. João José Barbosa de Oliveira, o cônego José Joaquim da Fonseca Lima e o padre M. Domingos José de Britto. Tinha oito páginas, formato de revista e continha editorial, noticiário da capital e do exterior, além de noticiário do Arcebispo (sic).
Fontes
1. O Pensamento Católico à Procura de Lugar na Primeira República Brasileira, p. 3-4. http://www.abhr.org.br/wp-content/uploads/2008/12/cruz-andre-gp01.pdf
2. Escola Eclética: estudos complementares à História das Idéias Filosóficas no Brasil, p 208-209.
Antonio Paim, estudioso do periódico, afirma em Escola eclética: estudos complementares à história das idéias filosóficas no Brasil que a circulação ocorreu “normalmente durante o arcebispo (sic) de D. Romualdo e [que], em todo esse período, dedicou particular atenção ao combate ao espiritualismo eclético”. Além disso, o autor também considera o religioso como o principal articulador do pensamento tradicionalista no país no século XIX.
André Silvério da Cruz, em estudo que utilizou, entre outras fontes, o jornal em questão, relata que d. Romualdo era natural do Pará, onde iniciou seus estudos, tendo completado-os na ordem do Oratório em Lisboa. Quando retornou ao Brasil foi professor de retórica e filosofia, e publicou, em seis volumes, suas Obras completas. “D. Romualdo – segundo Silvério da Cruz, em O pensamento católico à procura de lugar na Primeira República brasileira (p. 3) – foi o primeiro a combater a filosofia eclética de Victor Cousin, doutrina espiritualista que tinha aportado no país e que por aqui estava se afirmando com determinadas singularidades em relação ao seu lugar de origem, a França”.
Assim, segundo Silvério da Cruz, O Noticiador Catholico propôs-se a combater as idéias contrárias ao catolicismo e patrocinou em 1852 a edição de um compêndio de filosofia preparado pelo frei Itaparica. Esse manual foi adotado e utilizado nas escolas secundárias e superiores de ensino da Bahia, enquanto no Sudeste o Colégio Pedro II, escola criada para servir de modelo para o ensino secundário no Brasil, assim como outras escolas, tinha adotado, desde a reforma de 1856, o livro de Barbe, Cours élémentaire de philosophie, de influência espiritualista eclética.
O Noticiador Catholico era impresso na Tipografia de J.C. de Aguiar Daltro e depois mudou para a Tipografia de Epiphanio Pedroza. Seus redatores eram o padre Mariano de Santa Rosa de Lima, o médico. João José Barbosa de Oliveira, o cônego José Joaquim da Fonseca Lima e o padre M. Domingos José de Britto. Tinha oito páginas, formato de revista e continha editorial, noticiário da capital e do exterior, além de noticiário do Arcebispo (sic).
Fontes
1. O Pensamento Católico à Procura de Lugar na Primeira República Brasileira, p. 3-4. http://www.abhr.org.br/wp-content/uploads/2008/12/cruz-andre-gp01.pdf
2. Escola Eclética: estudos complementares à História das Idéias Filosóficas no Brasil, p 208-209.
